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quarta-feira, 31 de março de 2010

As fases da escrita

O processo de construção da escrita:

Fase 1 : é o início dessa construção, as tentativas das crianças
dão-se no sentido da reprodução dos traços básicos da
escrita com que elas se deparam no cotidiano. O que vale
é a intenção, pois, embora o traçado seja semelhante,
cada um "lê" em seus rabiscos aquilo que quis escrever.
Desta maneira, cada um só pode interpretar a sua
própria escrita, e não a dos outros. Nesta fase, a criança
elabora a hipótese de que a escrita dos nomes é proporcional
ao tamanho do objeto ou ser a que está se referindo.

Fase 2: a hipótese central nessa fase é de que para ler coisas diferentes
é preciso usar formas diferentes. A criança procura combinar de
várias maneiras as poucas formas de letras que é capaz de reproduzir.
Ao tentar escrever, a criança respeita duas exigências
básicas: a quantidade de letras (nunca inferior a três) e a variedade
entre elas, (não podem ser repetidas).

Fase 3 : são feitas tentativas de dar um valor sonoro a cada uma das
letras que compõem a palavra. Surge a chamada hipótese
silábica, isto é, cada grafia traçada corresponde a uma sílaba
pronunciada, podendo serem usadas letras ou outro tipo de
grafia. Há, neste momento, um conflito entre a hipótese silábica
e a quantidade mínima de letras exigida para que a escrita
possa ser lida. A criança, neste nível, trabalhando com a
hipótese silábica, precisa usar duas formas gráficas para escrever
palavras com duas sílabas, o que vai de encontro às suas
idéias iniciais de que são necessários, pelo menos, três caracteres.
Este conflito a faz caminhar para outra fase.

Fase 4 :aqui ocorre a transição da hipótese silábica para a alfabética. O
conflito que se estabeleceu - entre uma exigência interna da própria
criança (o número mínimo de grafias) e a realidade das formas que
o meio lhe oferece, faz com que ela procure soluções.Ela, então,
começa a perceber que escrever é representar progressivamente
as partes sonoras das palavras, ainda que não o faça corretamente.

Fase 5: finalmente, é atingido o estágio da escrita alfabética, pela compreensão
de que a cada um dos caracteres da escrita corresponde valores menores
que a sílaba, e que uma palavra, se tiver duas sílabas, exigindo,
portanto, dois movimentos para ser pronunciada, necessitará
mais do que duas letras para ser escrita e a existência de uma
regra produtiva que lhes permite, a partir desses elementos
simples, formar a representação de inúmeras sílabas, mesmo
aquelas sobre as quais não se tenham exercitado.

A criança tem à sua frente uma estrada longa, até chegar à
leitura e a escrita da maneira que nós, adultos, a concebemos,
percebendo que a cada som corresponde uma
determinada forma; que há grupos de letras separados por
espaços em branco e que estes grupos correspondem a
cada uma das palavras escritas.

Resumo e descrição das fases :

1. Nível pré-silábico: dividido em fases

a) Fase pictórica: a criança registra garatujas e desenhos.

b) Fase gráfica primitiva: a criança registra símbolos ou letras
misturadas com números.

c) Fase pré-silábica: a criança começa a diferenciar letras e números,
desenhos ou símbolos.

2. Nível silábico

A criança conta os "pedaços sonoros", isto é, as sílabas, e coloca um
símbolo (letra) para cada pedaço. Essa noção de cada sílaba corresponder
a uma letra pode acontecer com ou sem valor sonoro convencional.

3. Nível silábico-alfabético

É um momento conflitante, pois a criança precisa negar a lógica do nível
silábico. É quando o valor sonoro torna-se imperioso, e a criança começa a
acrescentar letras principalmente na primeira sílaba.

4. Nível alfabético:

A criança reconstroi o sistema linguístico e compreende sua organização. Por
exemplo, ela sabe que os sons L e A são grafados LA, e que T e A são grafados TA.
Sabe que juntos significam LATA.


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