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quarta-feira, 17 de março de 2010

Um certo olhar - livros e leitura entre professores e alunos



As pessoas aprendem a ler antes de serem alfabetizadas .Desde pequenos,somos conduzidos a entender um mundo que se transmite por meio de letras e imagens.Mesmo as crianças que residem longe dos grandescentros urbanos, ou não dispondo,pois, de livros e impressos,conhecem o significado de certas siglas e sabem identificar as figuras e os nomes de personagens,divulgados por meio da propaganda audiovisual,da televisão,das histórias ouvidas e reproduzidas.
A literatura infantil pode ajudar o professor a alcançar um resultado melhor,colaborando para o sucesso de seu trabalho. Os livros para crianças despertam o gosto pela leitura,não tem propósito pedagógico e ainda divertem.

A primeira medida a ser tomada pelo professor é certamente,colocar os livros ao alcance dos alunos em sala de aula.A proximidade entre o leitor e o texto, na forma de livro,motiva o interesse e induz a leitura,mesmo no caso de pessoas que ainda não foram alfabetizadas. Por isso, publicações destinadas a elas apresentam muitas ilustrações,pois a imagem captura a atenção do leitor e, por estar acoplada à escrita,suscita o interesse por seu entendimento.
Várias publicações de autores brasileiros,destindas ao leitor aprendiz,podem colaborar com o professor,como é o caso da Coleção Gato e Rato,de Mary e Eliardo França,dirigida a crianças em período de alfabetização porque as narrativas são divertidas,conduzindo a atenção do leitor até o final.
Para tomar a segunda medida o professor precisa ficar atento à destreza e interesse de leitura por parte dos alunos.Ele será compreensivo com o estudante que apresenta dificuldades para acompanhar o texto,apoiando-o com a indicação de produtos ao mesmo tempo bons e fáceis de entender.Se as coisas fossem mães,de Sylvia Orthof,é uma dessas obras que estimula a imaginação da criança, e também sua inteligência,sem apresentar dificuldades de interpretação.
A fada que tinha ideias,Fernanda Lopes de Almeida, cria a personagem Clara Luz,que, insatisfeita com o papel convencional usualmente atribuído a seres como ela,permanentemente inventa novidades.No começo da história, a pequena fada é advertida pelos adultos,que julgam inadequado seu comportamento;na sequência,porém,ela demostra que suas atitudes são válidas para si mesma e para todo o grupo,vindo a representar a vontade de as crianças serem respeitadas pelos mais velhos.
Nos contos tradicionais,a fada é a personagem boa,enquanto a bruxa é má, prejudicando os demais. A bruxinha atrapalhada, desmente este padrão,pois a protagonista das histórias curtas de Eva Furnari suscita a simpatia do leitor, que experimenta com ela as dificuldades de afirmação no mundo adulto.Por sua vez,em O fantástico mistério da Feiurinha,Pedro Bandeira contraria outro estereótipo do conto de fadas clássico: o da jovem que,por ser bela seduz o príncipe encantado.No livro, a personagem principal é a menina feia,de quem depende o mundo das fadas para não desaparecer,levando com ele o imaginário representado pela infância.
Coisas de menino, de Eliane Ganem,e Os meninos da rua da praia,de Sérgio Capparelli, expõem as diferenças entre ricos e pobres, enquanto Nó na garganta , de Mirna Pinsky, afirma que a cor da pele não é justificada para valorizar ou diminuir as pessoas. A droga da obediência, de Pedro Bandeira, e A casa da madrinha, de Lygia Bojunga Nunes, por sua vez, mostram ser preciso lutar pela liberdade, quando os poderosos procuram sufocar o crescimento intelectual dos indivíduos.
Professores e alunos não ficarão indiferentes à proposta de livros como os enumerados antes.Aprenderão juntos que a literatura,, dirigida ou não para as crianças,lhes proporciona grande variedade e sabedoria, aprofundando as relações humanas na escola e sua participação na sociedade.
Texto baseado na matéria da Revista LeituraS,por regina Zilberman professora da Teoria de Literatura e Literatura Brasileira da PUC do Rio Grande do Sul.